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20 de julho de 2015

Dias Nublados

Gosto de dias nublados. Me fazem viajar no tempo como nenhum outro e como ninguém. Hoje corri para o passado e caminhei pelo futuro, enquanto vagava por tudo entre eles. Qualquer fato banal me carrega a um mundo utópico e atemporal, recheado de lembranças, digressões e conjecturas. Na realidade, não seria atemporal, mas uma mistura indefinida dos tempos passado, presente e futuro. Por que dias nublados? Não sei. Eles trazem esse ar sereno e poético, ao meu ver, fora uma série de fatos palpáveis. Aliás, é fato que em dias nublados se perde a noção do passar das horas pela falta de orientação solar. É fato também que eles te permitem usar roupas muito mais confortáveis, quentinhas e macias. O tipo de roupa que uso muito em casa, e talvez por isso me sinta muito mais a vontade em dias assim. É fato também que qualquer sopro vira brisa e qualquer brisa vira vento, gelado, gostoso, em contraste com o quentinho das roupas. Amo. Dias nublados são rituais, eles pedem abraços e chocolate quente. Mas, assim como os dias frios, eles geralmente não me pedem cobertores. Me sinto mais disposta em dias assim, quero sair e caminhar, sei que não vou suar – não como em dias de sol.
Dias nublados são introspecção. Se lhes são tristeza, me desculpe, mas a meu ver é isso que reina no seu íntimo – pelo menos por certo momento.

... Na verdade, nenhuma dessas minhas observações justifica meu gostar por dias nublados. Mas explicam. E mesmo sem saber direito, gosto de dias nublados.

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